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Em meio a incertezas no cenário econômico decorrentes de divergências entre governo e mercado sobre a necessidade de um ajuste fiscal, boa parte das operadoras de telecom listadas na B3 amargam resultados negativos no primeiro semestre, incluindo TIM Vivo. As exceções foram as provedoras regionais Brisanet Desktop.

OperadoraValorização no 1º semestre de 2024 Em %
Vivo (VIVT3)– 12,70
TIM (TIMS3)– 7,66
Oi (OIBR3)– 15,63
Brisanet (BRIT3)+ 11,43
Desktop (DESK3)+ 8,71
Unifique (FIQE3)– 8,35

Dados levantados por Einar Rivero, sócio fundador da consultoria Elos Ayta, mostram que a ação da Vivo acumula queda de 12,70% nos seis primeiros meses do ano, enquanto a TIM soma recuo de 7,66% no acumulado.

As informações apuradas a pedido do TELETIME consideram o período entre o último pregão de 2023 a 28 de junho de 2024. Em comparação, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, caiu 7,66% no mesmo intervalo.

Já a Oi – que passou no primeiro semestre por fase crítica de seu plano de recuperação judicial e novo grupamento de ações – também teve desvalorização no período: de 15,63% na OIBR3 (ordinária) e de 17,42% na OIBR4 (preferencial).

Razões

Para Matheus Nascimento, analista da analista da casa de análises Levante Inside Corp, as incumbentes são afetadas pelo panorama interno adverso no Brasil. 

“No caso de Vivo e TIM, assim como em todo o Ibovespa, ambas seguem um fluxo de  volumes médios mais baixos de negociação diária e com estrangeiros saindo da Bolsa. Isso tem sido desafiador para a Bolsa como um todo. Esse movimento é explicado especialmente pelo risco interno, com uma piora desse ambiente, principalmente, pela questão do déficit fiscal”, diz Nascimento. 

Além disso, também impactam o avanço do dólar, que chegou a R$ 5,65 nesta segunda-feira, 1º, e a estabilidade da curva de juros em níveis mais altos. “São fatores que acabam fazendo preço (impactando) nos ativos, sobretudo aqueles que não têm receitas dolarizadas”, afirma. 

O analista da Levante Inside Corp ressalta que as grandes teles não perderam o fundamento, mas também foram impactadas por movimentos específicos na primeira parte do ano. No caso da Vivo, entra nesse conjunto uma alíquota mais alta para o pagamento de impostos. Na TIM, despontam instrumentos de hedge usados para a proteção do capital.

Em paralelo, há ainda uma dúvida do mercado sobre novos gatilhos de receitas que garantam a manutenção do crescimento de receitas apresentado pelas operadoras nos últimos trimestres.

Provedores

Do lado dos provedores de banda larga, o resultado é mais positivo. No ano, a Brisanet registra crescimento de 11,43% no mercado de ações, acompanhada pela Desktop, que sobe 8,71%. Por outro lado, a Unifique tem queda de 8,35% no primeiro semestre. 

“Brisanet e Desktop seguem um nível de crescimento robusto em termos de clientes e têm feito um trabalho de desalavancagem (redução da dívida). Então, isso deve beneficiá-las nesse cenário de juros mais altos”, aponta Nascimento. 

A situação é um pouco distinta na Unifique, que teve no primeiro semestre um nível de crescimento menos robusto. O analista da Levante também lembra que operações concentradas na região Sul do País podem ter afetado os números, após tragédia climática que acometeu a região.

Fonte: Teletime