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A SES, empresa de satélites responsável por um dos principais contratos tipo take-or-pay da Oi, que é o aluguel integral do satélite SES-6 onde está o serviço de DTH da Oi TV, já decidiu que não vai assumir, na condição de operadora, a base de clientes do serviço de TV paga.

Esta possibilidade foi aberta no Plano de Recuperação Judicial da Oi (ao qual a SES aderiu), como uma forma de compensar as perdas que a empresa de satélite teria nos créditos contratuais a que ainda teria direito. Era um contrato de algo perto de US$ 50 milhões ao ano e que teria validade até 2028, segundo informou a Oi na ocasião. O contrato foi severamente impactado pelo Plano de Recuperação Judicial, e se desejasse, a SES poderia assumir a operação de DTH, mas segundo apurou este noticiário, isso não deve acontecer, pelo menos diretamente.

Esta semana, durante o PAYTV Fórum, Fábio Alencar, VP de vendas para a América Latina da SES, sem comentar a situação a Recuperação Judicial da Oi especificamente, disse que enxerga espaço no Brasil para operações de DTH como a da Oi, pela diversidade regional e áreas com cobertura ainda limitadas na banda larga.

Vale lembrar que não apenas a SES, mas muitos fornecedores de programação estão sendo prejudicados pelo fim do DTH da Oi TV e haveria espaço no mercado e um interesse comum em manter o serviço. Vários programadores já deixaram de ter contratos renovados ou receberam a sinalização da Oi que não serão renovados, e muitos terão perdas consideráveis em decorrência do Plano de Recuperação Judicial. Haveria espaço, então, para uma terceira empresa tentar assumir a operação buscando contratos menores. O problema é que o tempo é curto.

Ápice e queda

O serviço de TV paga via satélite da Oi registrou receita de R$ 196 milhões no segundo trimestre, o que representou uma queda de 11% no trimestre e quase 28% na comparação anual. Os dados da Anatel mostravam em junho uma base de cerca 900 mil clientes pagantes, número que chegou a 1,8 milhão em seu ápice, no final de 2022.

Ainda no meio do primeiro processo de recuperação judicial, a Oi chegou a oferecer a operação de TV paga por um valor simbólico em troca apenas de que alguém assumisse os compromissos de longo prazo com satélite e programadores. Um “term sheet” foi celebrado com a Sky, e a Oi chegou a divulgar detalhes do acordo, pelo qual planejava receber quase R$ 790 milhões, mas as conversas não foram adiante e a Sky desistiu do negócio.

Fonte: TeleTime