Estudo elaborado pela organização Instituto de Pesquisa para a Economia Digital (IPE Digital), aponta qu,e hoje, a destinação de 700 MHz para serviços móveis (IMT) e 500 MHz para Wi-Fi6E é a melhor combinação para um uso otimizado da faixa de 6 GHz.
A pesquisa elaborada pela think tank destaca que a Lei Geral de Telecomunicações prevê a possibilidade de revisão, a qualquer tempo, da destinação das faixas de radiofrequências, observado o interesse público e recursos para políticas públicas.
O Instituto é um projeto idealizado pelo ex-presidente da Anatel, Leonardo Euler de Morais, e é dirigido por Agostinho Linhares, também ex-servidor da agência que por muitos anos foi gerente de espectro da Anatel. O instituto foi lançado formalmente nesta quinta, 5 de setembro, em Brasília.
“Considerando os resultados do bem-sucedido leilão do 5G no Brasil, é de se esperar que um novo leilão incluindo a faixa de 6 GHz também trará vultosos recursos para aplicação em políticas públicas, além de impactos direto e indireto na economia”, diz a conclusão do estudo da IPE Digital.
A entidade destaca que estudo da GSMA, elaborado em 2022, sobre o impacto na economia brasileira do uso da faixa de 6 GHz para sistemas IMT, e confirmada pela pesquisa da Ipe Digital, mostra que a destinação de 700 MHz para sistemas IMT e 500 MHz para WiFi6E é a melhor combinação.
Uma revisão da decisão anterior da agência para refletir o cenário com 700 MHz para sistemas 5G e futuros sistemas 6G “tem o potencial de gerar o impacto de 0,68% no PIB”, diz a pesquisa da IPE Digital.
No Encontro Nacional da Abrint deste ano, o superintendente de outorga e recursos à prestação da reguladora, Vinicius Caram, disse que reavaliar o uso da faixa de 6 GHz para uma abordagem híbrida para o Wi-Fi 6E e IMT é uma das possibilidades em análise pela Anatel.
Hoje, a faixa de 6 GHz está toda destinada no Brasil para serviços não licenciados, como o Wi-Fi. Mas a Anatel tem dado passos para rever a abordagem e deixar metade da capacidade para a indústria móvel, a partir da leitura que esta seria a única faixa disponível e com harmonização internacional no 6G.
Operação no IMT
Outra pesquisa realizada pelo Ipe Digital anunciado apresenta os resultados dos estudos comparativos de desempenho de macrocélulas urbanas IMT operando em 6/7 GHz e em 3,5 GHz, com usuários localizados tanto em ambientes externos, quanto internos.
A pesquisa procurou demonstrar a viabilidade do uso da faixa de 6/7 GHz para macrocélulas, inclusive atendendo usuários em ambientes internos (indoor). Para isso, utilizou a metodologia de simulação recomendada pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), com a ferramenta desenvolvida pela Anatel (SHARC), que implementa a Recomendação ITU-R M.2101-0.
Os testes simularam as principais características do sistema 5G nas referidas faixas, como antenas beamforming, com usuários situados tanto em ambientes indoor quanto outdoor, com os smartphones utilizando controle de potência, todos esses parâmetros seguindo diretrizes da UIT.
Os resultados do estudo, diz a IPE Digital, demonstram que o uso da faixa de 6/7 GHz para IMT será importante para garantir um trade-off capacidade e cobertura, possuindo características complementares e sinergias com a operação em 3,5 GHz.
Confira os dois estudos aqui e aqui.
Fonte: Teletime