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Ao comunicar o cumprimento da ordem judicial, satelital cita o bloqueio das contas da empresa, determinada pelo STF pela ligação a Musk.

A Starlink anunciou na tarde desta terça-feira, 3, que vai cumprir a ordem judicial para bloquear o acesso ao X no Brasil. No comunicado, a empresa cita o bloqueio das contas da satelital entre as punições impostas para garantir as multas pelos descumprimentos da plataforma, e ressalta que a medida a “impede de realizar transações financeiras no Brasil”.

“Independentemente do tratamento ilegal no congelamento de nossos ativos, estamos cumprindo a ordem de bloquear o acesso ao X no Brasil”, informou a Starlink por meio de uma postagem na plataforma.

A decisão ocorre após tentativa mal sucedida de anular a restrição às movimentações financeiras via recurso (saiba mais abaixo).

A ordem judicial pela suspensão temporária do X deu prazo de cinco dias a partir da notificação às prestadoras para bloquear o acesso à plataforma digital. O descumprimento poderia ensejar a abertura de processo administrativo na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), cuja sanção máxima seria a cassação da outorga para prestar serviço no país.

No início desta semana, o presidente da Anatel, Carlos Baigorri, chegou a relatar à imprensa que recebeu um comunicado informal de que a Starlink não cumpriria a ordem judicial. Desde então, o caso vem sendo acompanhado pela Agência, em atenção aos prazos e formalizações.

Processo

Na noite da última quarta-feira, 28, o ministro Alexandre de Moraes, relator de inquéritos que apuram crimes via redes sociais, intimou o empresário Elon Musk a indicar, em 24 horas, um novo representante legal do X no Brasil, sob pena de suspensão temporária do acesso à plataforma pelos usuários do país, como prevê o Marco Civil da Internet em caso de descumprimento de ordens judiciais.

A medida ocorreu diante do encerramento das atividades do escritório da empresa no território brasileiro, anunciado no dia 17 de agosto. O fechamento ocorreu após tentativas de intimação para o bloqueio de perfis envolvidos em Inquérito Policial que apura possíveis crimes de obstrução de investigações de organização criminosa e incitação ao crime.

Ao fim do prazo estipulado para a indicação de um representante que pudesse receber as intimações brasileiras, o X confirmou em seu perfil de Assuntos Governamentais que não cumpriu as ordens, pois considera que são “ilegais”.

Na ausência de um representante legal, Moraes determinou o bloqueio das contas da Starlink – pela associação ao proprietário, Elon Musk –  para assegurar o pagamento das multas impostas à plataforma X.

Ainda na última semana, a provedora satelital recorreu em Mandado de Segurança, que foi rejeitado pelo ministro Cristiano Zanin na última sexta-feira, 30, por considerar o meio de recurso inadequado. No despacho, Zanin acrescentou que “a decisão impugnada apresenta motivação específica para a adoção das medidas constritivas” e, para além disso, encontra ressonância na jurisprudência da Corte. Cabe novos recursos.

Fonte: Telesíntese