A Brisanet pode adicionar 4 milhões de assinantes na rede móvel 5G/4G da companhia no Nordeste até 2027, segundo projeção de uma análise conduzida pelo BTG Pactual e divulgada nesta terça-feira, 30.
A previsão do banco é mais conservadora do que a expectativa de 10 milhões de acessos com ARPU (receita média por usuário) de R$ 30 vislumbrada pela operadora para o período.
Para o BTG, essa meta de 10 milhões de clientes é “agressiva”. Segundo os analistas, a explicação para abordagem mais conservadora está baseada na característica “extremamente competitiva” do mercado móvel, “com uma taxa de penetração de 87% no Nordeste (excluindo M2M)”.
De acordo com o material, existem 51 milhões de assinantes móveis (fora os M2M) na região onde operadora cearense atua. “Se considerarmos que o mercado endereçável da Brisanet compreende todos os clientes na região Nordeste, nossa estimativa de 4 milhões de assinantes até 2027 sugere que a empresa capturará 7% do mercado total do Nordeste em quatro anos (em comparação com a projeção da empresa de 20%)”, calcularam os analistas do BTG.
No entanto, como a Brisanet oferece planos híbridos, o mercado endereçável cairia para 17 milhões de clientes, avalia o banco. Ou seja, caso a previsão do BTG para 4 milhões de clientes no Nordeste seja concretizada, isso representaria uma participação de mercado na casa 22% desse mercado endereçável na região. Já em um cenário em que a Brisanet alcançaria os 10 milhões de clientes até 2027 no Nordeste, esse market share seria de 57%.
Receita por usuário
Com relação ao ARPU, o BTG ponderou que, embora a Brisanet ofereça planos móveis por R$ 30, a receita média por usuário geral será reduzida devido às promoções que fazem parte do início da estratégia comercial da empresa no móvel. A operadora encerrou o primeiro trimestre com 55 mil acessos na categoria de serviços.
Ainda assim, o BTG classificou a oferta de R$ 30 da Brisanet como atraente para os clientes pré-pagos que usam as ofertas mensais mais caras das operadoras de telefonia. “Mas a maioria dos clientes recarrega suas contas usando planos de entrada, o que torna desafiador, em nossa opinião, adicioná-los à base de clientes da empresa”, disse o BTG.
Por outro lado, o relatório reconhece que “o know-how da Brisanet no Nordeste é uma vantagem competitiva que deve permitir que ela roube participação dos principais operadores de telefonia, razão pela qual prevemos um forte crescimento da base de assinantes nos próximos anos. Como o mercado está altamente penetrado, esses assinantes devem vir dos principais operadores de telefonia em vez de um mercado inexplorado, tornando as adições líquidas mais desafiadoras”, afirmou a análise.
Expansão dos negócios
A análise do BTG considerou apenas o negócio móvel da operadora no Nordeste. No entanto, os especialistas lembraram da aquisição de espectro 5G (na faixa de 3,5 GHz) pela Brisanet no Centro-Oeste – numa transação estimada em R$ 105 milhões. A participação no leilão pela operadora regional faz parte dos planos de expansão da companhia.
Sobre isso, o BTG destacou que implantar o 5G no Centro-Oeste pode ser ainda mais desafiador. Essa dificuldade se deve a falta de operações na região central do País, o que não acontece no Nordeste que já é atendido por um “extensa rede de fibra e profundo conhecimento regional” por parte da Brisanet, informou o relatório.
“A empresa parece confiante de que operará o 5G no Centro-Oeste em vez de devolver a frequência para a Anatel e pagar uma multa. Devolver a licença eliminaria o que vemos como riscos relevantes de execução”, finalizou o BTG.
Fonte: Teletime