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A Cisco trouxe para o Cisco Live deste ano o case da Arena MRV para conectividade Wi-Fi. O projeto, implementado pelo Atlético Mineiro SAF, Cisco e Nexa, foi destaque no evento e, mesmo não vencendo o prêmio a que concorreu de projeto inovador (pela primeira vez um projeto brasileiro concorreu), foi destaque na programação do evento.

Baseada na solução Cisco Spaces, o projeto da Arena MRV, explica Leandro Evangelista, CIO do Atlético SAF, tem trazido resultados importantes dentro da jornada de conectividade do torcedor dentro da Arena MRV, casa do Atlético Mineiro.

“Quando fizemos a licitação para contratar o parceiro, o projeto começou com uma consultoria da Accenture que nos ajudou a identificar a jornada do torcedor, o que a gente queria. A premissa é que além de uma grande experiência com conectividade, fosse possível gerar negócios”, explicou ele em entrevista a este noticiário durante o Cisco Live, que aconteceu esta semana, em Las Vegas.

Foi o primeiro projeto no Brasil e um dos primeiros no mundo a usar solução de Wi-Fi de alta densidade, explica Evangelista, tendo como referência experiências norte-americanas, sobretudo o da Arena do Dallas Cowboys (time de futebol americano). “Hoje já temos um percentual médio de 50% dos torcedores acessando a nossa rede Wi-Fi, enquanto a média no mundo é de 25% a 30%”, explica. É claro que uma das razões é a deficiência na cobertura de 4G e 5G, que é problemática no estádio, mas que dependeria de ampliações das operadoras de telecomunicações. Ele diz que existe um projeto para implementar 4G e 5G na arena até o final do ano, mas é um projeto independente, em desenvolvimento com a American Tower..

“Mas acredito que o fato de que muitos serviços que oferecemos passem pelo uso do Wi-Fi colabora muito com a adesão”, diz ele. O Atlético SAF desenvolveu um super app, pelo qual os usuários gerenciam não apenas a conectividade, mas também a experiência de compra e apresentação do ingresso, compra de comida e merchandising, estacionamento, interação durante os jogos etc. 

“Entendemos que a experiência com Wi-Fi tem que ser, também, uma forma de receita, não apenas uma comodidade ao torcedor, ainda que isso seja fundamental”, diz ele. Recentemente a plataforma serviu de testes para Wi-Fi 6E, mas neste momento o foco é na cobertura Wi-Fi 6, com 800 pontos. “No momento estamos é avaliando a possibilidade de desligar a cobertura em 2,4 GHz porque essa faixa já não contribui em nada para a experiência do consumidor”, diz ele, lembrando que o sistema permite não apenas o gerenciamento mas todo o controle de segurança da rede, que sofre ataques massivos durantes os jogos, principalmente.

Para a conectividade, foram contratadas duas operadoras locais: a Blink e a Sempre Internet, e a capacidade do link é de 40 Gbps, com abordagem dupla de cada uma das empresas. “Mesmo assim, nunca tivemos picos superiores a 5 Gbps”, explica ele. O modelo de contratação também é diferente, pois há uma contratação que prevê a remuneração adicional justamente nos picos de uso. “Uma rede de um estádio fica a maior parte do tempo ociosa, então apresentamos esse modelo e eles toparam”, diz.

Como próximos passos estão a ampliação das ferramentas de observabilidade, para entender o que está acontecendo de fato com cada cliente em relação às suas experiências de conexão, e ampliação das aplicações oferecidas pelo app. A Arena MRV não tem planos, por enquanto, de integrar o projeto de 4G e 5G ao projeto de WiFi, mas a solução da Cisco já permite o modelo de Open Roaming, em que usuários móveis que estejam autenticados (em geral por meio de suas contas de uso dos smartphones) possam entrar no WiFi da arena automaticamente.

Fonte: Teletime