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Unifique implantou a rede 5G da fábrica de Jaraguá do Sul da V2COM, empresa do grupo Weg, em Santa Catarina, e entrega o serviço com núcleo e equipamentos fornecidos pela ZTE

A Unifique, em parceria com a ZTE, construiu e está operando a nova rede privativa da V2COM, uma empresa do grupo WEG, em Jaraguá do Sul (SC). A escolha se deu após conclusão de testes neste ano com a tecnologia para uso em aplicações fabris que não poderiam ser atendidas com o WiFi.

A ideia, informou o trio de empresas ao Tele.Síntese, é utilizar a rede 5G para garantir conexão integral de robôs remotamente e atingir velocidades de troca de dados na ordem dos gigabits por segundo entre máquinas. Esta implementação, é bom lembrar, não se confunde com os testes que a Weg, sócia da V2Com, realizou no passado em outra planta do grupo, também na cidade de Jaraguá do Sul (SC), com outros fornecedores.

Os testes da rede 5G fornecedida pela Unifique aconteceram em duas fases e foram baseados no Release-16 do padrão da 3GPP, utilizando a capacidade de 80 MHz adquirida pela operadora no leilão 5G de 2021. O Release-16 tem como característica a latência reduzida e menos perda de pacotes. A Zhongxing Telecom Equipment (ZTE) fornece o hardware 5G e o gerenciamento da rede.

Na primeira fase, foi instalada uma antena na fábrica da V2COM e o core da rede 5G no Datacenter TIER III da Unifique em Timbó (SC). Assim, foi possível acompanhar o tráfego de dados entre dispositivos e aplicações com o core da operadora. A principal meta neste momento foi avaliar a estabilidade e cobertura da rede.

Já na segunda fase, o Core da rede 5G com funcionalidades UPF foi instalado dentro da fábrica, junto com seis antenas adicionais, totalizando sete antenas na unidade. Com isso, a distância percorrida dos dados foi reduzida e a cobertura da rede, ampliada, o que teve reflexos positivos sobre a latência e o alcance e estabilidade do sinal.

Resultados e o que foi instalado

As empresas acompanharam a evolução de métricas como throughput, latência e perda de pacotes da rede. Cada teste foi feito sob diferentes condições, especialmente variando-se o número de dispositivos (CPEs) consumindo a rede.

Na Fase 1, a rede privativa de 5G entregou velocidades de download e upload satisfatórios. Mas na Fase 2 o resultado foi mais convincente. Com funcionalidades UPF no local, houve aumento significativo em termos de otimização da rede. Com a instalação de mais antenas, o principal objetivo de reduzir a latência e proporcionar uma experiência de usuário mais consistente e eficiente foi alcançado.

A UPF (User Plane Function) é uma das funções-chave no contexto das redes 5G e especialmente para redes privativas. A partir dela se faz:

• Roteamento de dados entre o núcleo 5G e os dispositivos dos usuários;
• Encaminhamento de pacotes de dados entre diferentes redes e entidades da rede, garantindo conectividade contínua;
• Política de QoS (Quality of Service) para que os diferentes tipos de tráfego recebam o tratamento apropriado;
• Gerenciamento de mobilidade dos dispositivos, para transição suave entre diferentes células e redes sem interrupções no serviço;
• Encapsulamento e desencapsulamento de pacotes, para integridade e segurança das comunicações;
• E gerenciamento de políticas de segurança, responsáveis pela proteção da rede e dos dados dos usuários contra ameaças e ataques cibernéticos.

Aplicações

Foram realizados também diferentes casos de uso com a rede 5G. Os casos abordam todo o processo de produção, desde a fabricação das placas até a finalização da montagem. Um desses casos foi o uso do Robô VR, útil para realizar vistorias em diferentes áreas da fábrica remotamente. Possuindo uma câmera 360º com resolução 4k, a intenção era total imersão do usuário através de um Óculos VR e com o robô se movimentando através de setores diferentes da fábrica.

Segundo as empresas, as avaliações da rede 5G quanto ao Robô VR foram positivas, mantendo a rede e a qualidade de vídeo 4k constante. “Isso indica a incrível capacidade da rede 5G e suas aplicações, possibilitando o uso de mais equipamentos IoT em fábricas futuramente”, afirmam em nota.

O projeto também comparou resultados entre aplicações WiFi e 5G de testagem de placas eletrônicas montadas na fábrica. E identificou que a conexão de quinta geração móvel se mostrou mais estável, constante e veloz. “Foi possível obter um número maior de placas testadas diariamente comparada a rede WiFi”, diz a Unifique.

Na linha de produção automatizada, a rede 5G foi colocada para agir nas máquinas de produção de placas PCB, a área de Touch Up (onde são feitas as verificações dos produtos), e a linha PTH (que envolve a inserção de componentes eletrônicos). Nas áreas de Touch Up e PTH, o throughput se manteve constante e adequado com uma alta velocidade de upload, assim otimizando a automação e a precisão na linha de produção de PCB.

Em setores de produção que necessitam de transferências de arquivos volumosos, a rede 5G provou ser mais rápida. Nos computadores que fazem parte do processo de Montagem e Aprovisionamento de produtos, houve aumento da velocidade de download e upload. “Com isso, o processo nesta área se tornou mais ágil e eficiente”, concluem Unifique, ZTE e V2COM.

Fonte: Tele.Síntese